sexta-feira, 19 de setembro de 2025

Assassinato de Donizetti Adalto completa 27 anos cercado de polêmicas





Quase três décadas depois, a morte de Donizetti Adalto permanece como uma ferida aberta na memória coletiva

Na madrugada de 19 de setembro de 1998, um crime brutal abalou Teresina e repercutiu em todo o Piauí. O jornalista paranaense Donizetti Adalto, então com forte atuação política no estado e candidato a deputado federal pelo PPS, foi espancado e morto a tiros na Avenida Marechal Castelo Branco, no bairro Primavera. Vinte e sete anos depois, o episódio segue envolto em polêmicas, lembrado como um dos casos mais chocantes de violência política na região.
Donizetti Adalto

Segundo as investigações, Donizetti estava em um carro ao lado do ex-vereador de Teresina, Djalma Filho. De acordo com a denúncia do Ministério Público, Djalma teria sido o mandante da execução. O plano, conforme relatado por testemunhas e acusados durante o processo, envolvia pelo menos dois veículos: o automóvel conduzido por Djalma e uma Kombi utilizada em campanhas eleitorais.
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A dinâmica apontada no processo indicava que a Kombi, dirigida por Sérgio Ricardo do Nascimento Silva, seguia de perto o carro da vítima. Outro veículo também estaria na retaguarda, destinado a assegurar a fuga de Djalma após o crime. Em um momento planejado, a Kombi interceptou o automóvel. Dela desceram dois homens — Sérgio Ricardo e João Evangelista de Meneses, conhecido como “Pezão”.

Execução violenta

Relatos apontam que os dois atiraram contra Donizetti Adalto, que morreu imediatamente no local. Para garantir que ele estivesse sem vida, um dos agressores ainda desferiu coronhadas contra a vítima. A brutalidade do assassinato, somada ao fato de ocorrer em pleno processo eleitoral, gerou comoção popular e pressionou as autoridades a aprofundarem as investigações.

Envolvimento político e repercussão

O caso não se limitou a um homicídio comum. A presença de um ex-vereador no centro das acusações, o contexto político-eleitoral e as versões contraditórias apresentadas ao longo do processo tornaram o episódio um dos mais polêmicos da história recente do Piauí. O assassinato alimentou debates sobre a relação entre política, poder e violência, além de levantar questionamentos sobre segurança de candidatos e jornalistas em períodos eleitorais.

Polêmicas persistentes

Desde então, o caso passou a ser lembrado como um símbolo de violência política no Piauí. Apesar das acusações formais, a condução do processo judicial foi cercada de controvérsias, recursos e versões divergentes. Quase três décadas depois, a morte de Donizetti Adalto permanece como uma ferida aberta na memória coletiva, marcada pela brutalidade e pelas suspeitas que nunca deixaram de pairar sobre os bastidores do crime.