Garoto alagoano de 11 anos supera paralisia e se torna atleta paralímpico
Rerold Leandro tem 11 anos (Crédito: Arquivo Pessoal)
“Sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só. Mas sonho que se sonha junto é realidade”, já diria Raul Seixas. Sonhar é uma das coisas que o pequeno Rerold Leandro, de apenas 11 anos, mais faz.
Durante a gestação, a mãe do atleta mirim sofreu algumas complicações e deu à luz com 29 semanas. Com isso, o bebê passou semanas entubado, o que ocasionou uma paralisia cerebral.
Uma história que parecia ser triste ganhou um capítulo feliz. Em junho de 2016, Rerold conheceu o atletismo por meio da Associação Pestalozzi de Maceió. A partir daí, mesmo com limitações, hoje, vive dias de uma criança normal, frequentando a escola, convivendo com amigos e familiares.
Já no esporte, a rotina dele é diferenciada. Ele frequenta academia e realiza treinamentos frequentemente. “O esporte ajudou na minha independência e me trouxe esperança de um futuro de coragem. Acredito que sou capaz de várias conquistas”, comemora.
Foi através do esporte que Rerold conheceu dois anjos da guarda. O primeira, que acompanhou ele desde o início, foi a profissional de educação física, Camila Campos. Ela avalia a evolução do pequeno atleta após entrar no esporte.
“Antes ele tinha dificuldade de coordenação. Precisava de ajuda para entrar e sair do carro, segurar e arremessar a bola. Hoje em dia, diante do trabalho conjunto que fazemos, ele conseguiu progredir e se tornar, de certa forma, independente. As situações em que ele sentia dificuldades, apresentaram grande evolução. E a gente não pode pensar nessa evolução só no esporte, mas no seu dia a dia, em casa, na escola, em qualquer lugar. É muito gratificante”, conta.
Se Camila cuida da parte física, Josias Lino, praticante de atletismo, é o treinador na modalidade de arremesso de peso. O professor hoje se vê como um motivador para Rerold.
“Para mim é um grande privilégio trabalhar na área do desporto Paralímpico. Me vejo sendo um incentivador e sendo incentivado por ele. É muito gratificante ouvir ele dizer que não acreditava fazer algo, e no momento seguinte provar pra si mesmo que sempre poderá fazer mais. Tudo é apenas uma questão de adaptação ao que lhe é imposto hoje como um desafio. Amanhã, ficará sendo apenas mais uma etapa da busca pela evolução dele. Seja nos treinos ou no dia a dia”, afirma.
Com apenas 11 anos, Rerold Leandro está apenas iniciando a sua caminhada no esporte e pensa em vôos mais altos, com a ajuda dos treinadores. “A Camila foi quem me apresentou o esporte e me incentivou a seguir treinando, me mostrando que posso ter um futuro melhor. O Josias também tem me mostrado no dia a dia, que posso fazer muito mais. Que venham competições ainda maiores”, desafia.
Após a disputa dos Jogos Paralímpicos, Rerold Leandro já pensa na disputa dos Jogos Estudantis Paralímpicos e, quem sabe, competições de nível nacional e internacional.
Fonte: Agência Alagoas / Fotos: Cecília Rodrigues