quarta-feira, 5 de março de 2025

Decretada prisão preventiva de suspeito de matar a própria irmã advogada a tiros no Piauí; crime foi motivado por disputa de herança

 



A justiça determinou a prisão preventiva de Adelaido Gomes Celestino, suspeito de matar a própria irmã, a advogada Valdenice Gomes Celestino Soares, de 53 anos, em decorrência de uma disputa por herança. O crime aconteceu na segunda-feira (03), no povoado Jorge, na zona rural de Paulistana, interior do Piauí. A decisão foi assinada pela juíza Talita Cruz Sampaio, do Núcleo de Plantão de Picos.
Os dois tinham um histórico de conflito familiares relacionados à partilha de terras herdadas. A situação teria se agravado, de acordo com a decisão obtida pelo A10+, em razão da manutenção de uma cerca. A advogada, morta a tiros, alegava que os animais do irmão estavam invadindo a sua propriedade, destruindo a estrutura e comprometendo a área. O suspeito, que ainda encontra-se foragido, também alegava que as terras pertenciam a ele e estaria com raiva pelas atitudes da vítima.
A vítima foi morta a tiros no PiauíReprodução
Uma testemunha contou que, no sábado, Valdenice, teria ido ao local para reparar a cerca danificada com a ajuda de familiares. Durante os dias anteriores ao crime, Adelaido Gomes foi visto várias vezes rondando a propriedade e observando a movimentação da irmã.
Na véspera do homicídio, Adelaido teria identificado o veículo de Valdenice estacionado na casa da irmã deles, Osvaldina. No dia do crime, a vítima e Francisca, irmã dos dois, caminhavam próximo a cerca, quando o suspeito servir armado e efetuou os disparos contra a advogada. Ela foi atingida com pelo menos dez disparos.
De acordo com o documento, Adelaido ainda mirou a arma para a outra irmã, declarando que ia matá-la também. Valdenice chegou a implorar pela vida de Francisca. Nesse momento, ele efetuou mais um disparo contra ela, garantindo sua morte. Nesse momento, Francisca conseguiu escapar para a mata.
As atitudes de Adelaido comprovam a intenção de cometer o crime, segundo consta na decisão. Uma outra testemunha também relatou que Valdenice recebia ameaças do irmão. Diante dos fatos, a justiça decretou a prisão preventiva de Adelaido.
“Há provas suficientes da materialidade e, ainda, fortes indícios da autoria do fato.No presente caso, também restou demonstrado o periculum libertatis, tornando imperiosa a segregação cautelar do investigado. Isso porque a fuga do investigado é indicativo de que ele tenta se furtar à ação da justiça, o que já imporia a sua prisão para fins de garantia de aplicação da lei penal e conveniência da instrução criminal.Para além disso, a gravidade em concreto do delito, ante o modus operandi empregado (matar a própria irmã, na presença da outra irmã e do neto da mesma, inclusive ameaçando matar a outra irmã, que estava no local dos fatos) permite concluir pela periculosidade social do representado e pela consequente presença dos requisitos autorizadores da prisão cautelar, elencados no art. 312 do Código de Processo Penal, em especial para garantia da ordem pública (AgRg no HC 176.246)”, diz trecho da decisão.
Fonte: Portal A10+