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PARNAÍBA – Um incêndio de grandes proporções atingiu uma área de vegetação às margens da rodovia PI-216, nas proximidades das torres de energia eólica que dão acesso à Praia Pedra do Sal, em Parnaíba, na noite deste domingo (14). O fogo começou por volta das 19h e se espalhou rapidamente com o auxílio dos ventos fortes, alcançando ambos os lados da via.
Equipes do Corpo de Bombeiros Militar do Piauí (CBMEPI) foram mobilizadas e atuaram por cerca de quatro horas até conseguir controlar as chamas, por volta das 23h. Apesar da intensidade do incêndio e da proximidade com áreas residenciais, não houve registro de imóveis atingidos nem de pessoas feridas.
De acordo com as primeiras informações levantadas pelas autoridades, o fogo pode ter sido provocado por ação humana, possivelmente ligada à prática irregular de limpeza de terrenos por meio da queima de vegetação.
Os bombeiros destacaram que a combinação entre fogo e vento cria um cenário de alto risco, já que as chamas se propagam com maior velocidade e atingem áreas mais extensas em poucos minutos.
A operação de combate contou com viaturas, caminhões-pipa e o apoio de militares em solo, que se revezaram para conter os focos de fogo. O trabalho foi dificultado pelas condições climáticas, já que a região estava sob forte rajada de vento no momento da ocorrência.
Moradores da região acompanharam com preocupação o avanço das chamas, mas a pronta resposta da corporação evitou que o fogo atingisse casas e instalações próximas às torres de energia eólica.
Além do risco para a população local, incêndios próximos a parques eólicos representam ameaça à segurança da infraestrutura de geração de energia. As altas temperaturas podem comprometer cabos, torres e sistemas de distribuição elétrica, além de provocar queda de energia na região.
Especialistas também alertam para os danos ambientais, já que queimadas descontroladas destroem a vegetação nativa, comprometem a fauna e deixam o solo mais vulnerável à erosão.
O período de estiagem aumenta a incidência de queimadas no Piauí, especialmente em áreas de vegetação seca e com forte exposição ao vento. De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o estado registrou mais de 2.300 focos de queimadas em 2025, colocando-o entre os mais afetados do Nordeste.
A prática de atear fogo para limpar terrenos ainda é comum em áreas urbanas e rurais, apesar de ser ilegal e sujeita a multa. A Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semar) reforça que o uso do fogo como forma de manejo é proibido sem autorização prévia.
No Brasil, provocar incêndios em áreas urbanas ou rurais é crime ambiental, conforme a Lei nº 9.605/1998, passível de detenção e multa. A orientação das autoridades é que moradores denunciem focos de queimadas irregulares ao Corpo de Bombeiros (telefone 193) ou à Polícia Militar Ambiental.
Orientações à população
O Corpo de Bombeiros reforça que em casos de incêndio em vegetação a recomendação é:Evitar tentar apagar as chamas sem equipamentos adequados;
Acionar imediatamente o telefone de emergência 193;
Manter distância da área para não inalar fumaça tóxica;
Não utilizar fogo para limpar terrenos ou descartar resíduos.