Nesta terça-feira, 25 de novembro, assistimos a mais um episódio clássico da política do “eu fiz”, mesmo quando o trabalho foi realizado por outros. O vice-governador Felipe Camarão, conhecido por sua habilidade midiática, até tentou aproveitar a divulgação dos precatórios do FUNDEF destinados ao município de Araioses para se promover — como se tivesse tido participação direta ou decisiva no processo.
A verdade, porém, é incômoda: ele tentou aparecer, mas não foi ele quem fez!
O anúncio triunfalista de Camarão soou, para quem conhece os bastidores, como um ato de puro cinismo político. Enquanto o vice-governador posa nas redes sociais como defensor dos professores e patrono da educação maranhense, quem realmente travou a batalha, enfrentou a burocracia e conduziu o processo até aqui foi o prefeito de Araioses, Neto Carvalho, acompanhado de sua equipe técnica.
Foram meses de articulação, audiências, documentos, cobranças e pressão institucional conduzidas pela gestão municipal, sem flashes, sem holofotes e sem o conforto das narrativas fabricadas. O vice-governador, que agora tenta surfar na repercussão positiva, não participou de nenhuma das etapas decisivas. Nada do que foi conquistado dependeu de sua caneta, de seu gabinete ou de sua ação direta.
O que se viu, portanto, foi uma tentativa calculada de apropriação política de um mérito alheio. E isso não é novidade. Em tempos de redes sociais, virou rotina presenciar autoridades que se apressam para posar ao lado de conquistas que não ajudaram a construir, especialmente quando envolvem categorias fortes e mobilizadas, como os professores da rede municipal.
Em Araioses, ninguém se engana: os recursos do FUNDEF só avançaram porque a gestão municipal, sob comando de Neto Carvalho, assumiu essa responsabilidade. Foram os técnicos da prefeitura e o comprometimento local que garantiram que o dinheiro chegasse para onde deve: os educadores do município.
A postura do vice-governador, portanto, não é apenas inadequada, é desrespeitosa com quem lutou, com quem trabalhou e com quem realmente será beneficiado.
Para muitos educadores, Camarão tenta colher frutos de uma árvore que ele sequer ajudou a plantar. E o gesto, repetido à exaustão na política maranhense, não passa despercebido.
Enquanto o vice-governador tenta transformar o que não fez em marketing pessoal, a Prefeitura de Araioses segue na condução responsável do processo, focada no que realmente importa: garantir que os professores recebam o que é deles por direito, com transparência e seriedade, algo que não se resolve com um post, mas com trabalho real.
